O MENINO DO PIJAMA LISTRADO
Durante muito tempo, vários amigos vieram me falar sobre O menino do pijama listrado. Eu procrastinei muito para assistir ao filme. Não sei por quê, mas o fato é que mais uma vez eu tenho que dizer. Este é mais um filme que eu me arrependo de não ter assistido antes.
O menino do pijama listrado é a adaptação do livro de mesmo nome escrito por John Boyne. Assim como o livro, o filme parece ter a função de mostrar ao público a barbárie que foi a Segunda Guerra Mundial. Assim como outros filmes de guerra, eu não sei se o filme cumpre sua função. Talvez não. Acredito que é possível ter um breve vislumbre do que foi a Segunda Guerra Mundial, mas a verdade é que nós nunca saberemos de fato como foi.
Porém, não estar presente não significa que nós não possamos conhecer quem foram as vítimas de um dos piores capítulos da história da humanidade. Judeus, homossexuais, negros. Dezenas e centenas de pessoas sendo mortas sem ao menos terem chance de lutar.
No entanto, O menino do pijama listrado aborda uma perspectiva diferente desse cenário horrendo. E é isso que você confere agora. E para quem não assistiu, eu vou avisando que terá spoiler. Se você não assistiu, eu recomendo que você pare sua leitura bem aqui, vá assistir ao filme e depois retorne. Eu não quero estragar o que pode ser uma das maiores experiências cinematográficas da sua vida.
O filme conta para o público a história de Bruno, um menino alemão de oito anos, que acaba sofrendo com a mudança repentina de seus pais para outro lugar. O menino sofre por ter que se separar dos amigos e depois, no novo lar, sofre pela falta de amigos.
Seu pai é um oficial nazista do alto escalão, e devido ao seu trabalho acaba tendo que se mudar com a família. Em seu novo lar, Bruno precisa se adaptar à sua nova vida. Diferente do seu antigo lar, agora ele e sua irmã não frequentam a escola. Um professor vai até a residência para ensinar-lhes.
Vivendo em um lar diferente, e tendo uma vida monótona, Bruno não deixa de notar que um dos criados que trabalha na casa dos pais usa, o que ele acredita ser um pijama listrado. Bruno estranha a vestimenta do homem e tenta entender o porquê daquilo. E também o fato do homem dizer ser um médico, mas trabalha na casa descascando batatas.
Seu pai, um homem aparentemente amoroso, porém rigoroso, está sempre trabalhando e mal tem tempo para a família. Sua irmã está cada vez mais atraída pelas ideias nazistas. E sua mãe, a única que realmente parece se importar com o menino, está sempre criando regras para que ele não saísse da propriedade que a família ocupava.
No entanto, Bruno, assim como toda criança, acaba burlando uma das regras da mãe, sobre atravessar os portões de madeira e sair da propriedade. Ele vai parar próximo há uma cerca e lá acaba fazendo amizade com um menino que tem quase a sua idade.
Ali, às margens dos campos de concentração, nascia uma grande amizade entre Bruno e Shrmul, O menino do pijama listrado. Enquanto os países lutavam uma guerra, a pureza e a inocência daqueles meninos mostravam que, independente do lado, sempre haveria pequenos inocentes pagando pela arrogância e crueldade daqueles que se julgavam melhores.
As idas e vindas às margens do campo de concentração, Bruno e Shrmul, se encontraram ao longo de vários dias. Isso criou um elo forte entre os dois. Porém, em uma das cenas em que Shrmul está fazendo um trabalho na casa de Bruno, a amizade acaba sendo abalada quando Bruno confere liberdade ao menino para comer um pedaço de bolo. Um oficial acaba pegando o menino no flagra. Bruno, pressionado, acaba delatando o amigo.
Bruno se arrepende, chora e lamenta por delatar O menino do pijama listrado. Se sentindo mal pelo que havia feito, ele vai ao encontro do amigo, que não estava lá. Mas voltando outra vez, ele o encontra e pede desculpas pelo que havia feito.
A resolução do conflito
Esse é o ponto mais alto do filme. Muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Bruno está prestes a se mudar novamente. Ele precisa ir, mas não quer ir sem antes se redimir com Shrmul, pelo que ele havia feito na casa. O pai de Shrmul havia desaparecido. E Bruno se propõe a ajudar Shrmul a procurá-lo. Mas, vestido com roupas comuns, Bruno seria descoberto, então a solução é vesti-lo com um pijama listrado.
Após vestido, Bruno passa pela cerca e se junta ao amigo, com a missão de encontrar o pai de Shrmul e se redimir. O filme é cheio de tensão, mas esse momento é aquele momento que a montanha-russa faz aquele giro de 360 graus. A essa altura, você já imagina o que está prestes a acontecer. A mãe de Bruno sente falta do filho e todos começam uma busca pela probidade, chegando até os limites da casa. Lá, eles descobrem uma janela que os levava direto ao campo de concentração.
No campo, os oficiais, de forma violenta, começam a organizar os prisioneiros. Pedem para que eles tirem as roupas. Ninguém sabe o que está acontecendo. Todos vão sendo conduzidos rapidamente para outra ala do campo de concentração. Aquilo que descobrimos ser uma sala de gás. É agoniante acompanhar os homens conduzidos por um caminho sem volta. E Bruno? Ah, pequeno Bruno! Vítima de uma guerra a qual nem sabia que existia. Assim o amável Shrmul.
A cena é finalizada ao som da nossa bela Vera Farmiga dando seu grito de dor enquanto a chuva se mistura a suas lagrimas. Aquela mãe sabia, sabia que seu inocente filho não ia mais voltar. O filme termina deixando aquela sensação de impotência, mediante a uma situação que sabemos que precisamos fazer algo, mas nada podemos fazer.
Bom esse é o meu texto sobre O menino do pijama listrado. De fato não saberemos como foi a Segunda Guerra Mundial, mas o cinema e a literatura cumprem a função de permitir que presente espie o passado. Bom, por hoje é só. Não esqueça de deixar seu comentário e dizer o que achou do filme.
Autor Alisson Dias






















