Rebel Moon - Parte 1: A Menina do fogo
Há 30 anos, Zack Snyder e George Lucas iniciaram um projeto juntos, cujo objetivo era fazer um filme com uma história paralela, mas que se passasse no mesmo universo do clássico Star Wars. Sim, esse filme era Rebel Moon - A manina do fogo. Mas infelizmente o projeto não foi para frente.
Rebel Moon ficou engavetado por 30 anos, até finalmente ser exibido ao público. Tempo suficiente para criar uma história impactante que conquistasse os cinéfilos de plantão. Mas será que o objetivo foi alcançado? Isso você confere agora, lendo meu texto.
Lançado em dezembro de 2023, Rebel Moon conta a história de kora, uma jovem misteriosa, que acaba se tornando a única esperança de salvação para uma colonia de agricultores, que recebem um ultimato para darem a maioria de sua colheita para o Mundo-mãe.
O Temido Balisarius, citado no filme, é o general que comanda a tropa de guerra, que segundo Kora, destruiu seu mundo, matando sua família e todos que ela conhecia. Balisarius a levou para criá-la e ensiná-la a ser uma guerreira. Kora então foge e acaba indo parar na colonia dos fazendeiros.
Snyder bebeu muito de Star Wars
O filme Rebel Moon tem uma premissa boa. Porem, o acumulo de informações e personagens sem contexto faz com que a história não se desenvolva. Snyder bebeu muita da fonte Star Wars, Criando um universo gigante, com grande potencial. Mas para infelicidade dos fãs, o filme não entrega tudo que promete.
A premissa básica, de uma guerreira misteriosa, seria o suficiente para criar uma história um pouco mais profunda. Kora é apresentada como uma camponesa humilde, vivendo sua vida simples. Depois descobrimos que ela é uma fugitiva do cruel Balisarius. Isso torna tudo mais interessante. A história de Kora, a protegida de Balisarius, que usa seu treinamento para proteger os agricultores poderia ter funcionado, se não fosse o acumulo de informações que Snyder insere na história.
Paralelo à história central, descobrimos que um exército de robôs juraram proteger o rei. Mas após o assassinato do monarca, os robôs fizeram votos de não lutar. Kora parte com Gunnar, um fazendeiro, em busca de guerreiros para ajudá-los a defender a colonia. Os personagens vão sendo inseridos na história, mas sem profundidade. É difícil criar empatia por eles. Kora, a nossa heroína tem uma profundidade maior no enredo. Mas não podemos dizer o mesmo de seus amigos, que nos são apresentados de modo superficial.
Jornada do herói
Não é segredo para ninguém que George Lucas criou o universo de Star Wars a partir dos ensinamentos escritos por Joseph Campbell, no livro O herói de mil faces. Desenvolvendo em sua obra o monomito (A jornada do herói). É perceptível que Snyder se utiliza da mesma estrutura narrativa para desenvolver a história de kora. O problema é que isso acaba ficando bastante óbvio para o público.
Slow motion
Sabemos que a técnica slow motion é marca registrada do diretor, e dizer que não é legal seria mentira. Porém, Zack Snyder acertaria mais se diminuísse o uso da técnica.
Narrativa arrastada
No desenvolvimento da história, kora parte em busca de aliados, para lutarem contra o mundo mãe. Para os agricultores, seria mais fácil mostrar a utilidade braçal do que lutar, mas kora sabia que uma nave de guerra do mundo mãe resultaria em extermínio daquele povo. A maior parte do filme ela procura por aliados. Coisa que poderia se desenvolve nos primeiros 30 minutos de filme. A apresentação dos personagens teve mais tempo do que o conflito, e a resolução acabou ficando para a parte 2.
Rebel Moon tinha potencial para ser incrível. Uma mistura de fantasia, com tecnologia e ficção científica, cheio de cenas de ação, eram ingredientes perfeitos para endossar esse prato, dando vida a uma franquia tão grande quanto Star Wars. Coisa difícil de acontecer. Talvez se Snyder não focasse tanto no universo de George, e tentava criar algo mais original, possivelmente a experiência seria outra.
Mas acredito que vale a pena assisti-lo. Snyder é um ótimo diretor, e suas obras sempre dividem opiniões. Por isso, assista Rebel Moon. Talvez você goste, talvez não.















