sexta-feira, 8 de março de 2024

BLADE RUNNER 1982

 BLADE RUNNER 1982


A primeira vez que assisti Blade Runner, eu confesso que não curti muito o filme. Não sei bem a razão, talvez eu ainda fosse novo demais para entender os verdadeiros dilemas que o filme trata e a mensagem que ele quer passar.




Mas, como um bom cinéfilo e estudante de cinema, eu não posso me dar ao luxo de assistir a filme apenas uma vez. Às vezes assisto como entretenimento, às vezes em forma de culto e assisto como experimento, prestando mais atenção aos sinais que até então estavam ali, mas eu não percebi. E mais atentando para as emoções que o filme desperta em mim.

Assistindo Blade Runner recentemente, conversei com um amigo sobre o filme, e concordamos que o filme é incrível em todos os aspectos. Então, eu decidi vir escrever sobre a nova visão que tenho sobre o filme. Agora, sem mais delongas, vamos ao que interessa?


Blade Runner, o retrato do futuro






O filme é ambientado em um mundo futurista, que traz em sua primeira camada a tecnologia, e seu maior avanço: os replicantes. Homens e mulheres não humanos, mas máquinas criadas para servir à humanidade.


A trama de Ridley Scott nos apresenta Deckard protagonizado por Harrison Ford, um policial que tem como único objetivo de vida caçar e exterminar replicantes que se rebelaram contra o sistema.

Deckard então inicia seu trabalho de caça até que se apaixona por Rachael, que para a surpresa e desgosto do policial, se revela uma replicante. Agora, Deckard está diante de um dilema ético e moral: cumprir seu dever ou esquecê-lo, e viver com sua amada?



Durante sua jornada, na busca pelos replicantes extremamente perigosos, Deckard começa entrar em conflito consigo mesmo, sobre o que é certo e errado. Os replicantes se rebelaram, não porque eram maus, mas porque queriam viver, considerando que eles eram programados para viverem apenas quatro anos.


Eram criados para servir e dar prazer à humanidade e depois eram descartados como lixo. Aqui temos outro dilema moral. Os replicantes eram criados para servir aos humanos, mas se revelam capazes de sentir sentimentos e emoções como os humanos.



Diante da riqueza da vida, lutar por sua sobrevivência não era algo restrito a eles, mas a todos os seres vivos. Lutar por sobrevivência não faz deles criminosos, mas sobreviventes. Exterminá-los pelo simples desejo de sobrevivência, sem dúvidas, era imoral.

O personagem Deckard também deixa uma grande reflexão para nós. O que é ser humano?
O que é ser um replicante? O personagem vivia em função de um trabalho no qual ele era obrigado a exterminar os replicantes, independente do que ele achava ser certo ou errado.


Uma vez que sabemos que o único objetivo para o qual os replicantes foram criados era servir, fica uma grande pergunta: Deckard e todos os humanos que reprimiam suas vontades, fazendo apenas o que era esperado, são humanos ou eles são as verdadeiras máquinas?



Com o avanço da tecnologia, diversas inteligências artificiais estão surgindo. Desde IAs para auxiliar em tarefas de escritório, trabalhos gráficos, designer, organização, etc., o filme nos obriga a refletir no caminho ao qual a humanidade está caminhando.

Cada vez mais robôs estão sendo criados, para serviços empresariais e domésticos. Coisa que era impossível há alguns anos. Temos IA que cria textos e os corrige, temos IA gerando imagens, temos IA gerando vídeos, escolhendo músicas, criando obras de arte.



Ao mesmo tempo que a vida vai ficando mais fácil, pensar no que mais pode vir, acaba sendo desesperador. O que faremos quando tudo isso ficar obsoleto? O que acontecerá com as IAs? Será que elas podem se rebelar contra nós? Essas são perguntas para fazer você refletir para onde estamos indo.

Blade Runner de 1982 é um filme incrível. Recentemente, ele ganhou uma continuação. Mas me conta o que você achou do filme e das questões que ele levanta.


Autor Alisson Dias

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