domingo, 3 de março de 2024

AVATAR - O ÚLTIMO MESTRE DO AR

Avatar

O Último Mestre do Ar

No último dia 22 de fevereiro, a Netflix lançou a série Avatar - O último mestre do ar. A série conta a história de Aang, um menino carismático, que, assim como qualquer criança de sua idade, não sonha com preocupações.


Aang é um menino que quer apenas ser criança, mas infelizmente descobrirá que o seu sonho mais simples, será impossível de ser conquistado. Porque ele é o Avatar - O último mestre do ar. Fique até o final, porque nesse artigo você vai saber tudo sobre a série e sua origem.


Avatar, a lenda de Aang


Tudo começou com a animação da Nickelodeon Avatar, a lenda de Aang, que conta a história dos irmãos Katara e Sokka, habitantes das tribos da água do sul. E antes que sua mente bulgue, abriremos aqui um parêntese.

Para que houvesse equilíbrio entre os povos, a terra se dividiu em quatro nações divididas em tribos. Cada nação tinha suas tribos, que eram dominadoras de um elemento da natureza: ar, água, terra e fogo.


Um menino simples da tribo do ar descobre que seria o avatar, mas, temendo a responsabilidade que estava diante dele, decidiu fugir em seu bisão voador para esfriar a cabeça. Apenas um ser na face da terra conseguiria controlar os quatro elementos. Esse era o Avatar.


Os irmãos Katara e Sokka, da tribo da água do sul, acabam encontrando um bloco de gelo. Sokka com medo do bloco, dá ordem a Katara para se retirarem, mas a menina espertinha usa um objetivo pontiagudo para romper o bloco e ajudar quem quer que estivesse ali.


Eles acabam descobrindo um menino entre a geleira. Quando o gelo se rompeu, uma luz atravessou o céu. Aquele era o sinal de que o Avatar havia retornado. E é aqui que começa a maior aventura de Katara, Sokka e Aang.


A série animada criada em 2005 conta com 61 episódios, distribuídos em três temporadas. Ela fez tanto sucesso, que outras obras foram sendo produzidas e lançadas. 

Depois de 5 anos do lançamento da animação que fez muito sucesso, finalmente Avatar - O último mestre do Ar, chegou às telonas. Mas infelizmente, o que era para ser um grande sucesso, não saiu como esperado.


O filme enfrentou diversos problemas, como roteiro defasado, narrativa mecânica, falta de informação, história condensada e muito mais. 

Acreditamos que a tarefa de transformar um livro em uma obra cinematográfica não é fácil, mas isso é algo que os fãs não querem saber. Um fã de verdade, assim como eu, deseja que a história adaptada seja fiel à obra.


Lembro que quando lançou o live action de Dragon Ball Z, eu e boa parte dos meus amigos ficamos super decepcionados. O filme foi um fracasso total. E Death Note da Netflix? Nossa! Toda a engrenagem que fazia a história girar foi totalmente perdida. Isso foi lamentável demais.

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Tudo que os fãs queriam era uma batalha de intelecto entre mocinho e vilão. Tudo que não aconteceu. Infelizmente, o live action de 2010 seguiu o mesmo caminho dos filmes citados acima. Particularmente, eu até curto o filme, mas isso porque eu não conheço toda a história da animação. Mas hoje, conhecendo quase todos os arcos da narrativa, eu consigo enxergar as problemáticas do filme.

Série Netflix

Agora falaremos do que realmente importa. O assunto do momento. Avatar - O último mestre do ar finalmente saiu. Produzido pela Netflix, a série divide opiniões. Alguns gostaram da nova adaptação, enquanto outros acharam a série totalmente caricata, com uma história condensada.


Bom, existe um senso comum que diz que gosto não se discute. Eu concordo! As pessoas têm direito a opiniões, e isso é o máximo. Imagine se todos pensassem as mesmas coisas, gostassem das mesmas coisas, concordassem com as mesmas coisas. O mundo seria muito chato. Discordar faz parte. Discutir também faz parte.


Eu não sei qual é a sua opinião sobre a série, no entanto, eu estou aqui para, digamos, facilitar as coisas, fazendo com que sua opinião seja mais coerente, se assim posso dizer, e aí, a partir do que você ler e do que você assistir, caberá somente a você dizer o que achou da série. 


A Netflix tem aderido à cultura de pegar obras de sucesso, da literatura, do universo das animações, HQs, etc. para adaptar. Tenho que concordar que, por mais que eles tenham feito trabalhos incríveis, a verdade é que nem sempre eles acertam. Mas, falando especialmente sobre Avatar - O último mestre do ar, eu acredito que eles se esforçaram para produzir um trabalho que realmente valesse a pena. 


Avatar - O último mestre do ar, produzido pela Netflix, não se compara com o filme de 2010. Isso já é um ponto positivo. Considerando que a maior parte do filme não funcionou. Diferente disso, a série não é perfeita, mas digamos que tudo funcionou como deveria funcionar.



A série se concentra em chegar o mais próximo possível da história original. Esse é um ponto positivo. Por mais que oito capítulos não deem para desenvolver a história toda, a série não teve pressa para contar o enredo. A narrativa estava acontecendo de forma orgânica.


Tudo estava tão orgânico, que em alguns momentos eu senti a história se arrastar. Talvez introduzir mais elementos da animação tornaria alguns pontos da história menos arrastados. Mas isso não prejudica o ritmo da narrativa.


O desenvolvimento dos personagens foi algo bem legal de se ver. Aang tinha noção da responsabilidade que lhe havia sido atribuída, mas isso não fez com que ele esquecesse que ainda era uma criança.


É claro que em alguns momentos eram ditas frases bem adultas, e às vezes a postura também era assim, mas isso não incomodou tanto porque sabemos da pressão que o personagem carrega por ser o avatar.


A série tem momentos extremamente importantes para o desenvolvimento da história. A cena em que Katara, Sokka e Aang vão atrás de respostas na tribo protegida pelas guerreiras, Aang entra no mundo espiritual para contactar a Avatar Kyoshi. Ele consegue muito mais do que isso, quando ela se fundiu a ele para lutar contra a nação do fogo, é uma das melhores cenas, se não há melhor.



A série se preocupa em contar o passo a passo da jornada do trio de amigos. Por exemplo: Aang fugiu após descobrir que ele era o Avatar. Ele desaparece por cem anos. E é descoberto próximo à tribo da água do Sul. Sua escolha acaba trazendo o desequilíbrio e a destruição de muitas tribos, inclusive a extinção de sua tribo.


Aang também foge sem aprender a dominar os outros três elementos. A série então se encarrega de trabalhar em cima desse arco. Aang precisa aprender a dominá-la, água, fogo e terra. Para isso, os três precisam buscar ajuda em outras tribos.


Outro ponto importante que o filme de 2010 ignora, porém, a série explora, é a história de Katara. Ela é uma dominadora da água, porém não tão habilidosa. Isso faz com que ela tenha cada vez mais interesse em aprender a dominar a água.


Quando ela chega na tribo da água do Norte, com Sokka e Aang, ela descobre que lá as mulheres são proibidas de dominar a água para lutar. Katara não aceita. Apesar de ser uma menina, ela dedicou boa parte de sua vida a aprender a dominação da água.


Encontrar mais dominadores da água para seu desenvolvimento foi muito importante. Ela estava convicta de que eles lhe ensinariam a dominação, mas acaba se enganando. Agora, a batalha se aproxima e ela precisa provar que é uma guerreira habilidosa.


Bom, para alívio dos fãs, a série Avatar - O Último Mestre do Ar da Netflix se saiu melhor do que o filme de 2010. Na minha opinião, não acho a série caricata ao ponto de invalidar todo o trabalho feito. Pelo contrário. Considerando a classificação indicada, a série não peca nesse quesito.


Se vocês ainda não assistiram Avatar, fica a dica para aqueles que são fãs do trio Avatar. E me conte o que achou da série. Será que ela tem futuro ou será mais um trabalho esquecido por não ser tão fiel à história original? Diz aí!


Autor Alisson Dias

sexta-feira, 1 de março de 2024

O MENINO DO PIJAMA LISTRADO

 O MENINO DO PIJAMA LISTRADO

Diretor Mark Herman
Ano 2008

Durante muito tempo, vários amigos vieram me falar sobre O menino do pijama listrado. Eu procrastinei muito para assistir ao filme. Não sei por quê, mas o fato é que mais uma vez eu tenho que dizer. Este é mais um filme que eu me arrependo de não ter assistido antes.


O menino do pijama listrado é a adaptação do livro de mesmo nome escrito por John Boyne. Assim como o livro, o filme parece ter a função de mostrar ao público a barbárie que foi a Segunda Guerra Mundial. Assim como outros filmes de guerra, eu não sei se o filme cumpre sua função. Talvez não. Acredito que é possível ter um breve vislumbre do que foi a Segunda Guerra Mundial, mas a verdade é que nós nunca saberemos de fato como foi.


Porém, não estar presente não significa que nós não possamos conhecer quem foram as vítimas de um dos piores capítulos da história da humanidade. Judeus, homossexuais, negros. Dezenas e centenas de pessoas sendo mortas sem ao menos terem chance de lutar.


No entanto, O menino do pijama listrado aborda uma perspectiva diferente desse cenário horrendo. E é isso que você confere agora. E para quem não assistiu, eu vou avisando que terá spoiler. Se você não assistiu, eu recomendo que você pare sua leitura bem aqui, vá assistir ao filme e depois retorne. Eu não quero estragar o que pode ser uma das maiores experiências cinematográficas da sua vida. 


O filme conta para o público a história de Bruno, um menino alemão de oito anos, que acaba sofrendo com a mudança repentina de seus pais para outro lugar. O menino sofre por ter que se separar dos amigos e depois, no novo lar, sofre pela falta de amigos.


Seu pai é um oficial nazista do alto escalão, e devido ao seu trabalho acaba tendo que se mudar com a família. Em seu novo lar, Bruno precisa se adaptar à sua nova vida. Diferente do seu antigo lar, agora ele e sua irmã não frequentam a escola. Um professor vai até a residência para ensinar-lhes.


Vivendo em um lar diferente, e tendo uma vida monótona, Bruno não deixa de notar que um dos criados que trabalha na casa dos pais usa, o que ele acredita ser um pijama listrado. Bruno estranha a vestimenta do homem e tenta entender o porquê daquilo. E também o fato do homem dizer ser um médico, mas trabalha na casa descascando batatas.


Seu pai, um homem aparentemente amoroso, porém rigoroso, está sempre trabalhando e mal tem tempo para a família. Sua irmã está cada vez mais atraída pelas ideias nazistas. E sua mãe, a única que realmente parece se importar com o menino, está sempre criando regras para que ele não saísse da propriedade que a família ocupava.


No entanto, Bruno, assim como toda criança, acaba burlando uma das regras da mãe, sobre atravessar os portões de madeira e sair da propriedade. Ele vai parar próximo há uma cerca e lá acaba fazendo amizade com um menino que tem quase a sua idade.

Ali, às margens dos campos de concentração, nascia uma grande amizade entre Bruno e Shrmul, O menino do pijama listrado. Enquanto os países lutavam uma guerra, a pureza e a inocência daqueles meninos mostravam que, independente do lado, sempre haveria pequenos inocentes pagando pela arrogância e crueldade daqueles que se julgavam melhores.


As idas e vindas às margens do campo de concentração, Bruno e Shrmul, se encontraram ao longo de vários dias. Isso criou um elo forte entre os dois. Porém, em uma das cenas em que Shrmul está fazendo um trabalho na casa de Bruno, a amizade acaba sendo abalada quando Bruno confere liberdade ao menino para comer um pedaço de bolo.  Um oficial acaba pegando o menino no flagra. Bruno, pressionado, acaba delatando o amigo.


Bruno se arrepende, chora e lamenta por delatar O menino do pijama listrado. Se sentindo mal pelo que havia feito, ele vai ao encontro do amigo, que não estava lá. Mas voltando outra vez, ele o encontra e pede desculpas pelo que havia feito.

É incrível como o roteiro vai conduzindo o telespectador por um caminho desconhecido, ao qual não se sabe muito bem o que vai acontecer. Você sente angústia, sente prazer na amizade dos amigos, mas, ao mesmo tempo, sente que tudo não passa de uma grande armadilha, não só para os personagens, mas para o público que acompanha a narrativa apreensiva.

A resolução do conflito

Esse é o ponto mais alto do filme. Muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Bruno está prestes a se mudar novamente. Ele precisa ir, mas não quer ir sem antes se redimir com Shrmul, pelo que ele havia feito na casa. O pai de Shrmul havia desaparecido. E Bruno se propõe a ajudar Shrmul a procurá-lo. Mas, vestido com roupas comuns, Bruno seria descoberto, então a solução é vesti-lo com um pijama listrado. 

Após vestido, Bruno passa pela cerca e se junta ao amigo, com a missão de encontrar o pai de Shrmul e se redimir. O filme é cheio de tensão, mas esse momento é aquele momento que a montanha-russa faz aquele giro de 360 graus. A essa altura, você já imagina o que está prestes a acontecer. A mãe de Bruno sente falta do filho e todos começam uma busca pela probidade, chegando até os limites da casa. Lá, eles descobrem uma janela que os levava direto ao campo de concentração. 


No campo, os oficiais, de forma violenta, começam a organizar os prisioneiros. Pedem para que eles tirem as roupas. Ninguém sabe o que está acontecendo. Todos vão sendo conduzidos rapidamente para outra ala do campo de concentração. Aquilo que descobrimos ser uma sala de gás. É agoniante acompanhar os homens conduzidos por um caminho sem volta. E Bruno? Ah, pequeno Bruno! Vítima de uma guerra a qual nem sabia que existia. Assim o amável Shrmul.

A cena é finalizada ao som da nossa bela Vera Farmiga dando seu grito de dor enquanto a chuva se mistura a suas lagrimas. Aquela mãe sabia, sabia que seu inocente filho não ia mais voltar. O filme termina deixando aquela sensação de impotência, mediante a uma situação que sabemos que precisamos fazer algo, mas nada podemos fazer.

Bom esse é o meu texto sobre O menino do pijama listrado. De fato não saberemos como foi a Segunda Guerra Mundial, mas o cinema e a literatura cumprem a função de permitir que presente espie o passado. Bom, por hoje é só. Não esqueça de deixar seu comentário e dizer o que achou do filme.


Autor Alisson Dias


quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

REBEL MOON - PARTE 1: A MENINA DO FOGO

 Rebel Moon - Parte 1: A Menina do fogo

Ano: 2023
Diretor Zaky Snayder


Há 30 anos, Zack Snyder e George Lucas iniciaram um projeto juntos, cujo objetivo era fazer um filme com uma história paralela, mas que se passasse no mesmo universo do clássico Star Wars. Sim, esse filme era Rebel Moon - A manina do fogo. Mas infelizmente o projeto não foi para frente. 


Rebel Moon ficou engavetado por 30 anos, até finalmente ser exibido ao público. Tempo suficiente para criar uma história impactante que conquistasse os cinéfilos de plantão. Mas será que o objetivo foi alcançado? Isso você confere agora, lendo meu texto.


Lançado em dezembro de 2023, Rebel Moon conta a história de kora, uma jovem misteriosa, que acaba se tornando a única esperança de salvação para uma colonia de agricultores, que recebem um ultimato para darem a maioria de sua colheita para o Mundo-mãe.


O Temido Balisarius, citado no filme, é o general que comanda a tropa de guerra, que segundo Kora, destruiu seu mundo, matando sua família e todos que ela conhecia. Balisarius a levou para criá-la e ensiná-la a ser uma guerreira. Kora então foge e acaba indo parar na colonia dos fazendeiros.


Snyder bebeu muito de Star Wars

O filme Rebel Moon tem uma premissa boa. Porem, o acumulo de informações e personagens sem contexto faz com que a história não se desenvolva. Snyder bebeu muita da fonte Star Wars, Criando um universo gigante, com grande potencial. Mas para infelicidade dos fãs, o filme não entrega tudo que promete.


A premissa básica, de uma guerreira misteriosa, seria o suficiente para criar uma história um pouco mais profunda. Kora é apresentada como uma camponesa humilde, vivendo sua vida simples. Depois descobrimos que ela é uma fugitiva do cruel Balisarius. Isso torna tudo mais interessante. A história de Kora, a protegida de Balisarius, que usa seu treinamento para proteger os agricultores poderia ter funcionado, se não fosse o acumulo de informações que Snyder insere na história.


Paralelo à história central, descobrimos que um exército de robôs juraram proteger o rei. Mas após o assassinato do monarca, os robôs fizeram votos de não lutar. Kora parte com Gunnar, um fazendeiro, em busca de guerreiros para ajudá-los a defender a colonia.  Os personagens vão sendo inseridos na história, mas sem profundidade. É difícil criar empatia por eles. Kora, a nossa heroína tem uma profundidade maior no enredo. Mas não podemos dizer o mesmo de seus amigos, que nos são apresentados de modo superficial.


Jornada do herói

Não é segredo para ninguém que George Lucas criou o universo de Star Wars a partir dos ensinamentos escritos por Joseph Campbell, no livro O herói de mil faces. Desenvolvendo em sua obra o monomito (A jornada do herói). É perceptível que Snyder se utiliza da mesma estrutura narrativa para desenvolver a história de kora. O problema é que isso acaba ficando bastante óbvio para o público.


Slow motion

Sabemos que a técnica slow motion é marca registrada do diretor, e dizer que não é legal seria mentira. Porém, Zack Snyder acertaria mais se diminuísse o uso da técnica.


Narrativa arrastada

No desenvolvimento da história, kora parte em busca de aliados, para lutarem contra o mundo mãe. Para os agricultores, seria mais fácil mostrar a utilidade braçal do que lutar, mas kora sabia que uma nave de guerra do mundo mãe resultaria em extermínio daquele povo. A maior parte do filme ela procura por aliados. Coisa que poderia se desenvolve nos primeiros 30 minutos de filme. A apresentação dos personagens teve mais tempo do que o conflito, e a resolução acabou ficando para a parte 2.


Rebel Moon tinha potencial para ser incrível. Uma mistura de fantasia, com tecnologia e ficção científica, cheio de cenas de ação, eram ingredientes perfeitos para endossar esse prato, dando vida a uma franquia tão grande quanto Star Wars. Coisa difícil de acontecer. Talvez se Snyder não focasse tanto no universo de George, e tentava criar algo mais original, possivelmente a experiência seria outra.


Mas acredito que vale a pena assisti-lo. Snyder é um ótimo diretor, e suas obras sempre dividem opiniões. Por isso, assista Rebel Moon. Talvez você goste, talvez não.


Autor Alisson Dias

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

ELA

 Ela

Ano 2013

Diretor Spike Jonze

Em um futuro não muito distante, Theodore inicia uma amizade com Samantha. Ela é alegre, inteligente, inspiradora, companheira e sonhadora. Conversa sobre qualquer assunto, tem opinião e personalidade forte.


Por outro lado, Theodore acabou de sair de um relacionamento. As coisas pararam de dar certo, e sua ex decidiu dar fim a relação. Theodore sofre com o fim da relação e fica bastante vulnerável. O jeito meigo de Samantha faz com que ele se apaixone por ela, permitindo que mais uma vez ele acredite no amor.


O problema é que Samantha, nada mais é, do que um sistema operacional de computador. Ela é uma ferramenta de Software criada para auxiliar as pessoas em suas tarefas do dia a dia. Samantha atua como uma secretária virtual, será que isso soa familiar para você caro cinéfilo?


O Filme Ela se utiliza da tecnologia para criar uma atmosfera futurista, abordando questões filosóficas como a busca pela felicidade. Theodore é um escritor, que passa a maioria do tempo escrevendo histórias que podem cativar e dar esperança para outras pessoas. Mas o fim do seu relacionamento deixa um buraco profundo dentro de si. 


Seu relacionamento com Samantha, faz com que Catherine, sua ex esposa, o questione. Ela demonstra estar vivendo sua vida normal, mas o fato de Theodore viver um relacionamento digital, a perturba. Para ela, Theodore esta procurando uma forma de não encarar a realidade. Mas será que essa realmente é a razão para que ela fique brava? Ou talvez seja o fato dele esta feliz? E será que se pode ser feliz com uma IA?


O Filme Ela tem uma história bem construída. Joaquin Phoenix faz um trabalho incrível ao dar vida a Theodore. Que mostra para o público grandes momentos de sua vida. O luto após o termino, e a felicidade, ou a crença nela, após iniciar o relacionamento com Samantha e é claro, a frustração de viver um relacionamento com um sistema operacional.


Apesar de possuir um roteiro cinzento, a direção de arte se utiliza de uma paleta de cor bastante vívida. O tom colorido que o filme possui ajuda tirar um pouco do drama vivido por Theodore. 


Acredito que se você ainda não assistiu, vale apena. O filme Ela levanta grandes debates sobre o amor, a vida, a solidão, a traição e a busca pela felicidade. Se você assistiu deixe sua opinião e se não assistiu, corre que dá tempo.


Autor Alisson Dias






terça-feira, 5 de dezembro de 2023

GUERRA AO TERROR

GUERRA AO TERROR
Ano: 2008
Diretor: Kathryn Bigelow


Vencedor do Oscar, o filme Guerra ao terror escrito pelo jornalista Mark Boal e dirigido por Kathryn Bigelow não é um filme para quem tem estômago fraco. O filme narra a realidade da guerra ao terror a partir do ponto de vista da cineasta Kathryn Bigelow que faz escolhas ousadas, porem assertivas para conduzir a narrativa, e isso você confere agora.


Na história, acompanhamos três membros da equipe norte-americana de desarme de bombas da guerra ao terror do Iraque. Sargento William, sargento Sanborn e o especialista Eldridge, juntos, os três vivem o horror da guerra, e mostram como essa droga influenciam suas vidas. O roteiro é baseado nas experiências vividas pelo jornalista Mark Boal. Guerra ao terror retrata um pouco da guerra que se iniciou após os atentados do 11 de setembro.


Quando assistimos a filmes sobre guerra dirigido por homens, não há nada de novo nisso, mas quando é uma mulher assinando a direção, aí já é outra história. Isso porque, o público nunca espera que as mulheres dirijam filmes sobre guerra, gângster, mafia, etc. A verdade, é que sempre esperamos por algo mais "tranquilo", talvez um “felizes para sempre”, mas não é isso que podemos esperar do filme Guerra ao terror. Bigelow rompeu o estereótipo e mostrou sua visão sobre a guerra de forma inédita e magnifica.


O filme começa com uma citação do livro War is a force that gives uns meaning, do jornalista norte-americano Chris Hedges: “O fragor da batalha é um vício poderoso e com frequência fatal, pois a guerra é uma droga”. O filme mostra como esse vício afeta a psique humana. 


Durante os primeiros nove minutos de filme, não vemos muita coisa de interessante. De forma bem tranquila, Kathryn apresenta alguns de seus personagens mais importantes para o desenvolvimento da história. A primeira cena segue normal com diálogos bobos e soldados bem tranquilos, apesar do cenário perigoso. Quando de repente somos surpreendidos por um homem segurando um celular bem na hora do desarme de uma bomba.


Uma gritaria desesperada se inicia: "larga o celular" "larga o celular" gritava um deles, enquanto o outro gritava "atire nele" "atira nele". Enquanto isso, o sargento Matt (Gay Pearce) que estava próximo à bomba começa a correr. Ele não entende o que eles falam, mas percebe que tem algo errado. A alta-tensão da cena indica que alguma coisa está para acontecer, mas mesmo assim nós telespectadores ignoramos, quando de repente somos surpreendidos por uma explosão: O sargento Matt cai morto.


Kathryn se utilizou da técnica Slow, para que as coisas acontecessem sem muita pressa, aumentando a tensão entre os personagens e a falta de folego no público, que ansiosamente assiste à cena totalmente incrédulo. Rapidamente somos transportados para dentro da história, e compreendemos que o filme está tratando uma questão séria: vítimas da guerra ao terror.


O filme tem uma atmosfera pesada, mas você não quer parar de assisti-lo. Bigelow não se preocupa em se aprofundar na história dos protagonistas, mas isso não impede que o público crie empatia por eles. Bigelow conduz o filme como se fosse um documentário. Câmera na mão, cenas tremidas, cenas desfocadas fazem parte dessa obra de arte.


Bigelow tem o poder de conduzir o telespectador para dentro da história. Rimos em alguns momentos, nos preocupamos em outros e sentimos tristeza. A final de contas, quem não lembra da triste cena do sargento William chorando após encontrar o corpo do menino Beckham, o vendedor de DVDs, morto pelos terroristas?


Após o conflito estabelecido, algumas cenas deixam claro o conflito interno entre os personagens e os impactos causados pela guerra. Em uma dessas cenas, após o sargento William voltar para buscar as luvas que havia esquecido, próximo a uma bomba, o sargento Sanborn pega um detonador e conversa com o companheiro sobre o dispositivo ser acionado acidentalmente. Cansados de trabalhar ao lado do sargento inconsequente, Sanborn cogita matá-lo e Eldridge não demonstra espanto algum.


Guerra ao terror é um filme forte por tratar a realidade da guerra. O risco que os soldados precisam enfrentar todos os dias para desarmar uma bomba aqui, outra ali. A tensão presente sempre que encontram uma bomba, que pode explodir a qualquer momento. Sem mencionar os civis que não tem culpa de nada. 


Guerra ao terror é um filme que vale apena assistir. Ele deu a Kathryn Bigelow o sucesso e o crédito de se tornar a primeira mulher a ganhar um Oscar de melhor diretor.



 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

PSICOSE - A GENIALIDADE DE HITCHCOCK

 

Psicose - A Genialidade de Hitchcock

1960

Alfred Hitchcock

Psicose tinha tudo para ser só um filme, sobre uma mulher que rouba a empresa em que trabalha e foge. Sinceramente eu ainda não consigo lembrar de nenhum filme que tenha uma história tão simples quanto.

Pegar uma história simples e contá-la de forma simplesmente brilhante talvez seja uma tarefa difícil para qualquer cineasta, mas quando esse cineasta se chama Alfred Hitchcock a história é outro, e o filme alcança um patamar inesperado.

Mas chega de lenga, lenga! Vamos ao que interessa! Vamos falar sobre o clássico: Psicose - A Genialidade de Hitchcock porque ele é um filme impactante. Vamos à história do filme!

Filme

Na história do filme Psicose - a Genialidade de Hitchcock, a secretária Marion Crane (Janet Leigh) fica encarregada de depositar o dinheiro da empresa a qual trabalhar. Porém, tentada pela continha de 40 mil dólares, ela começa a cogitar a possibilidade de roubar o dinheiro e fugir com o amante.

Marion acaba pondo seu plano em prática e foge com o dinheiro. Ela cai na estrada e pegando uma chuva pesada ela acaba indo parar no Bates Motel. Lá ela conhece o gentil Norman Bates (Anthony Perkins), o recepcionista e filho da dona do hotel, que estava doente.

Como qualquer pessoa que faz algo de errado e se arrepende, Marion começa a pensar no que havia feito, e considera a ideia de voltar e devolver o dinheiro. Não demorou muito para que ela decidisse voltar.

Cena do chuveiro

Nesse ponto da história somos conduzidos a uma das maiores cenas da história do cinema. Que sem dúvida causaria no público uma estranha confusão.

Marion está tomando banho (talvez tentasse expurgar seus pecados), quando surpreendentemente é esfaqueada. É impossível a cena não permanecer viva na minha mente.

A personagem de Janet Leigh sendo esfaqueada ao som da trilha sonora de Bernard Herrmann foi impactante e revolucionou o cinema, estabelecendo novos padrões para o gênero suspense/terror.

A genialidade de Hitchcock

O cineasta levou a tensão febrilmente. Sua ousadia ao matar sua personagem em poucos minutos de filme casou estranheza ao público, mas estabeleceu uma nova linguagem cinematográfica.

Por mais que a cena do chuveiro seja um marco, o filme é recheado de cenas pensadas para causar grande impacto no público. A cena que Lila caminha em direção à casa grande, Hitchcock faz a combinação de dois elementos cinematográficos: plongê e contra-plongê. Ambos usados em diferentes situações.

Em uma linguagem pouco chula, o plongê, por exemplo, é quando a câmera está com seu foco para baixo. Já o contra-plongê é quando a câmera foca no objeto de baixo para cima.

Ao intercalar os dois planos, Hitchcock criou uma cena de enorme suspense. Ele tornou-a ainda mais assustadora ao sugerir que o plongê pode representar o PV de um personagem oculto.

Se você ainda não assistiu psicose, essa é a minha recomendação.

Autor Alisson Dias

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

BLACK MIRROR - A SÉRIE DE UM FUTURO PRESENTE

 

BLACK MIRROR - A SÉRIE DE UM FUTURO PRESENTE


Eu sempre ouvia meus amigos comentarem sobre Black Mirror, também cheguei a assistir alguns vídeos sobre essa série. Eu custei a assistir, e hoje eu compreendo o quão louco eu fui por postergar por tanto tempo para maratona uma das séries mais incrível de todos os temos.

Criada por Charlie Blooker e lançada em 2011, a série Black Mirror é mais uma daquelas obras de ficção cientifica que levanta uma pergunta bem antiga; “A vida imita a arte ou a arte imita a vida”

Uma série de um futuro presente

A série Black Mirror é um compilado de histórias que se passam em um futuro não tão distante, onde as pessoas estão cada vez mais dependentes da tecnologia. As histórias são repletas de tecnologia e traça um paralelo entre valores éticos e morais.

Lentes de contatos que estão mais para “câmeras de contato”, dispositivos que ligados ao cérebro de um individuo permite que os outros vejam os pensamentos do outro, transplante de alma para outros corpos ou objetos (Como um ursinho de pelúcia), um programa que transporta a alma para um mundo criado, que funciona mais como um paraíso.

Black Mirror a série de um futuro presente, tem de tudo. Desde histórias inspiradas em trotes de faculdade, como homenagem a outras obras clássicas da TV Com 5 temporadas (até o momento) os episódios de cada temporada variam de 3 a 5 por temporada.


Black Mirror não é criação da Netflix

Para quem é fã e acredita que a série é lançamento original da Netflix, está enganado. A série foi lançada em 2011 pela emissora Channel no Reino Unido. Foi só em 2015, quatro anos mais tarde, que a Netflix comprou os direitos da série.

Inspiração

Charlie Blooker deixa claro que bebeu da fonte de várias obras cinematográficas de sucesso. A série Além da imaginação (1956-1964, por exemplo, é uma dessas fontes; assim como em Black Mirror, Além da imaginação também traz um compilado de histórias. Em cada um dos episódios, uma história mais bizarra que a outra.

O que faz Black Mirror tão especial

Eu não vou dar spoiler sobre a série, mas é valido dizer que Black Mirror, a série de um futuro presente, faz uma crítica acida a nossa sociedade atual. Acredito que essa critica que torna Black Mirror tão especial.

É difícil dizer qual é o melhor episódio de Black Mirror; mas é fácil citar aqui alguns dos episódios mais marcantes. Vou citar alguns deles para vocês sentirem o gostinho. Começando pelo primeiro episódio, que conta a história de uma princesa sequestrada. O primeiro-ministro é o único que pode salva-la, e a única forma de fazer isso, é fazendo sexo com um porco em rede nacional.

Em outro episódio, uma mulher precisa manter seus status nas redes sociais para ser considerada uma pessoa de boa índole. Então ela faz de tudo para agradar às pessoas e receber algumas estrelinhas. O mais engraçado, é que fazemos isso o tempo todo. Postamos fotos, vídeos, tiragens, na tentativa de receber algumas curtidas.


Black Mirror faz parte do catálogo da Netflix e se eu fosse você não ficava de fora dessa, e entrava logo para a lista de fãs da série, você não vai se arrepender.

Autor Alisson Dias

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

COACH CARTER - TREINO PARA A VIDA

 Coach Carter - treino para a vida

Ano: 2005
Diretor: Thomas Carter


Como estudante e amante de cinema, eu acredito que cada filme tem seu objetivo; seja ele, fazer as pessoas se mijarem de rir ao assistirem uma comédia estilo As Branquelas, chorarem de emoção com aquele drama estilo Titanic, se tremerem com a franquia de Pânico ou o terror mais atual, invocação do mal e por ai vai. Os gêneros são muitos, assim como a lista de filmes é grande.

TODO FILME TEM ALGO PARA DIZER


Hoje eu percebo, que além do filme despertar todas essas emoções no telespectador, ele também tem uma função primordial. Ao decorrer do filme e muitas vezes no final o filme cumpre a função de transmitir uma mensagem para quem o assisti. Por isso, como amante do cinema, eu afirmo que todo filme tem o poder de falar com o telespectador. Não que isso seja uma novidade haha.

É claro que nós roteiristas, diretores, estudantes de cinema sabemos que o filme é planejado desde o roteiro até o resultado. Não podemos se esquecer que um filme é uma arte; ele pode ser feito tanto para entretenimento, como para transmitir uma mensagem. E algumas mensagens presentes nos filmes são mais claras em uns do que em outros. Esse é justamente o caso de COACH CARTER TREINO PARA A VIDA. 

BASEADO EM FATOS REAIS


Lançado em 2005, o filme COACH CARTER TREINO PARA A VIDA, conta a história do ex-jogador de basquete Kenny Ray Carter. Kenny jogava para o time de basquete da escola, onde começou a se destacar e foi para faculdade George Fox University.

Depois da faculdade, Kenny se casou e teve um filho, Damien. Ele se tornou empresário de uma loja de artigos esportivos. Em 1997 se tornou técnico do time de basquete da Richmond High School, onde jogou quando era jovem.

Filme


No filme COACH CARTER TREINO PARA A VIDA vemos o gigante da atuação Samuel L. Jackson dar vida ao brilhante Kenny Ray Carter. Samuel não deixa a desejar e incorpora o diretor casca grossa. No primeiro encontro entre Carter e seus jogadores, que também eram alunos da Richmond, Carter começa a citar as regras.

E é claro que como toda mudança gera desconforto, as regras de Carter eram mudanças que geraram desconforto nos jogadores/alunos. Não satisfeito, um dos alunos tenta agredir Carter que esperando o ataque, se protegeu e expulsou o jogador.

Não apenas esse método de expulsão, mas vários outros métodos de Carter eram formas que ele encontrou para disciplinar seus jogadores. Para alguns, alguns daqueles métodos estavam ultrapassados. Como a proibição dos alunos treinarem ou jogarem, enquanto os alunos não tirassem notas altas.

Kenny Ray Carter, ou Sr. Carter conforme chamado no filme, tinha um propósito naquela escola. Em uma cena do filme ele começa a ler para os alunos as estatísticas negativas sobre os jovens da periferia que viviam naquela região e frequentavam aquela escola. 

Uma porcentagem seria presa, outra morreria e poucos frequentariam a faculdade. Carter tinha uma missão, que era preparar aqueles meninos para a vida. Carter ensinou que não bastava jogar, era preciso ser disciplinado, honrado e o maior dos ensinamentos: perder no jogo fazia parte da vida, mas vencer na vida era uma opção.

Eu poderia ficar aqui escrevendo sobre os pontos altos e baixos do filme COACH CARTER TREINO PARA A VIDA. Não seria demais pelo fato do filme ser fantástico. Ele não tem cenas complexas e extremamente difíceis de gravar, não tem efeitos especiais mirabolantes. Mas é um filme feito para contar uma história e transmitir uma mensagem. E assim foi feito.

Se você ainda não assistiu COACH CARTER TREINO PARA A VIDA, eu super recomendo. Sua mensagem é universal e atemporal. Nesse momento o filme está disponível no catálogo da Netflix.

Autor Alisson Dias